São dois mas soam como se fossem, pelo menos, cinco.
Com guitarra e uma sanfona pode-se fazer falar o silêncio. A música, como toda a arte, não é uma questão de número nem de ferramentas, mas sim de talento. Acima de tudo está a capacidade de transmitir emoção, de evocar sentimentos com as notas musicais.
Servir-se de melodias tradicionais para elaborar sofisticadas variações pressupõe um caminho que se estende entre o erudito e o popular que, desde o Renascimento, os músicos mais exímios vêm percorrendo. Para mim é uma grande satisfação que a Brigada Bravo & Díaz tenha escolhido estas canções, retiradas do meu livro “Cancionero popular de
la Guerra Civil Española”, como ponto de partida para o seu trabalho mais recente.
Em clave de Jazz – essa música “clássica” do Séc. XX – eles retomaram os esquemas melódicos daquele tempo mítico, fazendo-os soar como algo inesperado e novo. Ao ouvir estas canções é quase impossível não admirar esta dupla de músicos, e impossível também não se sentir emocionado.
Luis Díaz Viana
[autor do livro "Cancioneiro Popular da Guerra Civil" em cujas recolha está baseado o espectáculo "Músicas populares de la Guerra Civil" que a Brigada Bravo e Dias apresenta no TMG amanhã sábado (5 de Dezembro) às 21h30]
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